INFORMAÇÕES E SERVIÇOS PARA O CIDADÃO
ADAPI - Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí
Mapa das USAV's
Últimas Galerias de Fotos
DIA DA MULHER SADA
DIA DA MULHER SADA
 
FOTOS CAMA DE AVIÁRIO
FOTOS CAMA DE AVIÁRIO
FISCALIZAÇÃO JAICÓS
FISCALIZAÇÃO JAICÓS
 
EXIGÊNCIAS ZOOSSANITÁRIAS EXPOAPI.
EXIGÊNCIAS ZOOSSANITÁRIAS EXPOAPI.
+ Mais Galerias de Fotos...
DIA NACIONAL DE CONSERVAÇAO DO SOLO
15/04/2023 - 15:15  
  
Twitter 
Google+ 

Na data de 15 de abril é comemorado o Dia Nacional de Conservação do Solo. A data foi instituída pela Lei 7.876, em 13 de novembro de 1989, por iniciativa do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com o objetivo de provocar uma reflexão sobre a necessidade da utilização correta desse recurso natural.

Normalmente nos preocupamos muito com a disponibilidade e qualidade da água, com a qualidade do ar, mas não podemos esquecer do solo! Esta fina camada que recobre a Terra é a responsável pela produção da maior parte do nosso alimento, das fibras e da bioenergia2 advinda da biomassa3. Além disso, o solo tem funções básicas e muito importantes para nossos ecossistemas.

O solo fornece nutrientes essenciais para as nossas florestas e lavouras, filtra a água e ajuda a regular a temperatura e as emissões dos gases de efeito estufa. Os solos das florestas e das nossas pastagens e lavouras têm o potencial de contribuir para mitigar as emissões por meio do sequestro de carbono da atmosfera na forma de matéria orgânica. Além de serem um grande reservatório global de carbono, armazenando mais carbono orgânico do que a vegetação.

O produtor rural está mais consciente em relação ao uso do solo?

Nenhuma classe é mais interessada em conservar o solo do que o produtor rural, pois os principais insumos que ele utiliza na produção são: a terra e, logicamente, a água. Quando eu falo em conservação de solo, também estou me referindo à conservação da água. Conservar o solo significa manter não somente a fertilidade desse solo, mas principalmente as características físicas dele, que são: permeabilidade, aeração e atividade microbiológica.

No Piauí este assunto tem muita importância, já que o estado é eminentemente agrícola. A maioria das terras do estado possui aptidão agrícola para pastagem plantada (54,57%), sobrando assim áreas menores para utilização agrícola em uso mais intensivo, como lavouras (26,74%).

A produção de alimentos no meio rural está diretamente relacionada às condições de clima, de solo e das práticas agrícolas adotadas (tipos de cultivos a utilizar), pois as práticas agrícolas são diretamente dependentes dos fatores clima e solo, este último na condição de substrato da agricultura.

O Piauí tem vivenciado uma ocupação acelerada do Cerrado, por meio da implementação de grandes projetos para a produção de grãos, como a soja (AGUIAR; MONTEIRO, 2005). Essa expansão da fronteira agrícola contribui para o crescimento do Brasil e integração econômica da região, no entanto, também contribui para a degradação de ecossistemas através da substituição da cobertura natural por pastagens e lavouras (PLÁ, 2011), devendo assim ocorrer um equilíbrio entre a expansão agrícola e a preservação/conservação da cobertura vegetal natural. Para isto faz-se necessário conhecer e adequar o uso das terras no território piauiense, através de informações sobre a caracterização das diversas áreas de acordo com sua aptidão, a qual pode ser representada por mapas que determinem a classificação desses solos, distribuição e potencial agrícola.

Em nosso estado, este assunto tem uma importância muito grande, já que o Ensino, Pesquisa e a Extensão Rural têm buscado, ao longo dos anos, intensificar ações no sentido de atuar na promoção de preservação do solo e da água. E, nas últimas décadas, o serviço de assistência técnica e extensão rural, com os trabalhos de educação rural, credito rural orientado, programas de revitalização de áreas degradadas, de uso e manejo de solo das diversas bacias hidrográficas e com algumas ações de campanhas educativas junto aos produtores e comunidades tem mostrado que a conservação do solo e água feita no campo tem reflexos para toda a sociedade, especialmente com a proteção de reservatórios de geração de energia para abastecimento humano e garantia de produção contínua de alimentos. Isso é o que chamamos sustentabilidade.

Então esse foi o grande avanço de lá para cá?

Cada vez mais teremos que trabalhar dentro de uma visão sistêmica da integralidade das ações em toda a microbacia hidrográfica, cuja intervenção se torna comum no aproveitamento e uso sustentável dos recursos naturais.

O grande avanço é que, atualmente, nos preocupamos em inserir os cuidados com o solo dentro de um contexto ambiental maior, sempre tendo como visão de intervenção na área os impactos na bacia hidrografia em que a propriedade está inserida. No início dos trabalhos nos preocupávamos exclusivamente com o controle de erosão do solo, em nível de propriedades rurais, e os trabalhos eram executados principalmente por profissionais das áreas de ciências agrárias. Hoje o manejo dos recursos naturais renováveis e da bacia hidrográfica é conduzida dentro de uma visão de uma equipe transdisciplinar, que envolve profissionais de outras áreas, como geógrafos, geólogos e biólogos.

Como o produtor pode realizar práticas de conservação do solo na sua propriedade e assim contribuir para a conservação do solo e diminuir os impactos a bacia hidrográfica?

Quando ele adota práticas conservacionistas, que preservam a quantidade e a qualidade das águas que utiliza para todos os fins. Um exemplo é uma represa para geração de energia. Quando o produtor faz a conservação do solo na bacia de abastecimento dessa represa, ele está protegendo esse reservatório contra o assoreamento e outros elementos, como substâncias que comprometem essa água, retirando o oxigênio necessário a outros seres vivos que habitam essa represa, no caso de proliferação de algas, por exemplo.

A bacia hidrográfica do rio Parnaíba subdivide-se em outras doze (12) microbacias hidrográficas. Sendo assim, vale destacar que a SADA, em sendo a substituta do Emater, terá um trabalho importante no processo de recuperação de áreas degradadas das diversas bacias hidrográficas, não só no uso para atividades agrícolas, como na adequação de obras edafo - hidro - ambientais, como também na mitigação dos impactos provocado por uso inadequado ao longo de anos de exploração e exposição do solo ao processo de desagregação física, química e biológica, causada pela retirada da vegetação natural para exploração agrícola e outras explorações de modo geral. A assistência técnica e extensão rural tem o papel importante na transferência de conhecimento prático de conservação de solo e água, voltados para a qualidade e quantidade de aproveitamento de recursos hídricos, inclusive no uso e manejo adequado do solo e da água para recuperação de mananciais e redução de custos de tratamento das águas para abastecimento público. Práticas como como o controle de queimadas ou a não prática desta atividade; amostragem do solo; correção e adubação do solo para construção da sua fertilidade; plantio adotando curva de nível; a escolha das culturas em conformidade com a aptidão agrícola do solo; rotação de culturas; adubação verde com a sua incorporação para melhoria da sua fertilidade; o cultivo mínimo, diminuindo o impacto do uso de maquinas; o plantio direto; a manutenção dos restos de culturas ou cobertura morta; irrigação controlada; reflorestamento em áreas degradadas; a manutenção da cobertura vegetal com a diminuição do impacto da água da chuva, evitando condições erosivas; dentre outras práticas, com a finalidade de melhorar a capacidade produtiva do solo, ajudando-o a reduzir a danosa erosão.


Observações:

2 Bioenergia: tipo de energia utilizada para produzir eletricidade, combustível ou calor.

3 Biomassa: matéria orgânica de origem vegetal ou animal.

 

Wilton Fontinele é Mestre em Agronomia UFPI); Esp. em Desenvolvimento Rural Sustentável(UFPI); Esp. em Irrigação e Drenagem(UFPB); Extensionista Rural; Eng. Agrônomo do Emater.

Fonte: DIA NACIONAL DE CONSERVAÇAO DO SOLO - SENGE-PI: Sindicato dos Engenheiros do Estado do Piauí

Agência de Defesa Agropecuária do Piauí - ADAPI
Rua 19 de Novembro, 1980 - Morro da Esperança
Teresina-PI - CEP 64.002-000 Telefones: (086) 99462-1644 | (86) 2222-1710