Nos dias 15 e 20 de maio de 2023, o Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (DSA/SDA/Mapa) notificou à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), a detecção do vírus da influenza aviária (H5N1) de alta patogenicidade (IAAP) no Brasil. Os casos confirmados envolveram aves silvestres (migratórias costeiras) e foram registrados nos Estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Doença de notificação obrigatória, a Influenza Aviária (IA), também conhecida como gripe aviária, é causada por um vírus altamente contagioso que acomete aves domésticas e silvestres. As aves silvestres, especialmente as migratórias aquáticas, são o principal reservatório natural do vírus. A transmissão ocorre através do contato direto entre as aves ou indiretamente, através de fômites, trânsito de pessoas, equipamentos, materiais, veículos, vestuários, produtos etc. Os sinais clínicos e sintomas incluem sinais respiratórios (tosse, espirro, corrimento nasal, ocular), neurológicos (incoordenação motora), queda na produção ou mortalidade alta e súbita.

Desde o segundo semestre de 2022, países da América do Sul confirmaram focos da doença. A maioria dos casos se restringiu as aves silvestres e em outros, aves de produção e de subsistência, deixando o MAPA e todos os Órgãos Estaduais de Saúde Animal, no Piauí através da SADA/ADAPI, em alerta.

A partir de então, as ações de vigilância no Estado foram intensificadas em populações de aves domésticas e silvestres, incluindo ações de educação sanitária, no sentido de conscientizar e sensibilizar a população e produtores em geral das medidas de prevenção, tais como reforço das medidas de biosseguridade na produção avícola (uso de telas, arco de desinfeção, troca de roupas e calçados, proibir pessoas estranhas ou não autorizadas a entrar no estabelecimento, entre outros) e da imediata notificação de casos suspeitos.

Nos meses de dezembro de 2022, março e abril de 2023, o Estado do Piauí, através da SADA/ADAPI executou os componentes 3 e 4 do Plano Nacional de Vigilância de Influenza Aviária e Doença de NewCastle. Cento e trinta e duas (132) aves comerciais provenientes de onze (11) estabelecimentos avícolas comerciais e trezentas e oito aves (308) pertencentes a vinte e oito (28) criatórios de subsistência foram amostradas e o material (soro e suabes de traquéia e cloaca) encaminhados ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA/SP). Todas as amostras foram negativas para essas doenças.

A realização de exposições, torneios, feiras e demais eventos com aglomeração de aves está suspensa em todo País, de acordo com a Portaria MAPA nº 572, de 29 de março de 2023. Outra medida adotada pelo MAPA foi de decretar emergência zoossanitária, através da Portaria MAPA 587, de 22 de maio de 2023. Todas essas ações têm como principal objetivo evitar a disseminação da IAAP e salvaguardar o plantel avícola nacional.

As infecções no ser humano pelo vírus da influenza aviária são raras, porém podem ocorrer por meio do contato direto com aves infectadas (vivas ou mortas). A SADA/ADAPI destaca que o consumo da carne de aves e ovos é seguro e não há risco de desabastecimento interno dos produtos oriundos da avicultura nacional e que, a detecção da infecção pelo vírus da IAAP em aves silvestres não compromete o status sanitário do Brasil, que é o maior exportador de carne de frango do mundo.

Todas as suspeitas de influenza aviária devem ser notificadas imediatamente nos escritórios locais da SADA/ADAPI, pelo telefone (86) 2222-1710,  através dos e-mails: pesa@adapi.pi.gov.br, epidemiologia@adapi.pi.gov.br ou por meio da plataforma e-Sisbravet através do link:

https://sistemasweb4.agricultura.gov.br/sisbravet/manterNotificacao!abrirFormInternet.action.

Fábio Abreu

Secretário da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária

João Rodrigues

Diretor Geral da Adapi

Idílio Moura

Gerente de Defesa Animal

Fábia Rocha