A equipe da Secretaria de Assistência Técnica e Defesa Agropecuária através da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí (Adapi) confirmou foco da praga Sigatoka Negra em Guadalupe e em Porto Alegre do Piauí. A Sigatoka Negra é considerada a doença mais destrutiva da cultura da bananeira no Brasil, e está presente oficialmente em 21 estados.
A ADAPI realiza o trabalho de levantamento fitossanitário em todo estado como exigência para manutenção da área livre de Sigatoka Negra e outras pragas. “Nossa equipe achou um foco da praga, daí então coletamos amostras para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, e após a confirmação da praga, fizemos levantamentos fitossanitários para delimitação da ocorrência da praga dentro de um perímetro de 70 km do primeiro local”, explicou Paulo Roberto de Albuquerque Melo Segundo - Coordenador de Defesa Vegetal.
Com a confirmação de mais de um foco da praga se optou pela implantação do Sistema de Mitigação de Risco (SMR) para a Sigatoka Negra. “Esa é a alternativa regulamentada na Instrução Normativa nº 17, de 31 de maio de 2005, que permite aos produtores de estados que possuam a praga comercializar sua produção de banana com outros estados desde que atendam exigências técnicas que tem como objetivo se reduzir ao máximo a presença do fungo na área de produção, nos frutos e no material utilizado no transporte dos frutos”, disse Olavo Vieira Castelo Branco, coordenador de Controle de Agrotóxicos.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Piauí possui 2.591 hectares plantados com banana que são consumidos internamente ou comercializados com outros estados. “O Piauí era Reconhecido pelo MAPA como Área Livre da praga Sigatoka Negra desde 2007, o que permitia livre trânsito de plantas e partes de plantas de bananeira e de helicônias do Estado do Piauí para qualquer Unidade da Federação”, enfatizou Ozael David Valério da Silva – Gerente de Defesa Vegetal.
A SADA e ADAPI visando reduzir as perdas econômicas dos produtores de banana que comercializam o fruto com outros estados, de forma rápida e eficiente, trabalhou para regulamentar a implantação do SMR e normas completares. “Sabemos do potencial econômico e social da bananicultura, em especial no perímetro irrigado. Com isso todos os esforços foram atender os produtores no menor espaço de tempo possível, dentro da lei, preservando seus contratos e postos de trabalho”, frisou Fábio Abreu, secretário da Sada.
A primeira propriedade a ter adesão ao SMR para Sigatoka Negra foi a Associação Central dos Irrigantes do Perímetro Irrigado Platôs de Guadalupe – ACIPE, situada em Guadalupe – PI, possuindo 1.195 hectares cultivados com banana, 115 lotes de pequenos produtores, produção média de 29.875 toneladas de banana e aproximadamente 1.500 empregos diretos e indiretos na produção de banana.
“Os associados já vinham com um trabalho bem desenvolvido de controle de pragas no bananal. Com a chegada da praga o trabalho adicional foi de criar um ambiente para a desinfestação das caixas plásticas usadas no transporte, o que foi rapidamente executado por eles. As demais burocracias a Adapi deu conta, cumprindo seu papel” Alexsandra Carvalho, Diretora Técnico Operacional da Adapi.
O sistema de mitigação de risco aumenta o controle da
higienização dos frutos e das caixas usadas no transporte interestadual, com
obrigação de lavagem dos frutos e uso de caixas de plástico higienizadas, para
reutilização, com produto especifico ou uso de caixas de madeira ou papelão um
única vez e deixadas no local de entrega da carga.
O nosso trabalho está focado
em termos uma legislação enxuta em que os associados ou qualquer outro produtor
possa cumprir, até mesmo de forma rústica, porém funcional e que não se perca a
efetividade com o tempo, uma vez que essas exigências de higienização de frutos
e caixaria servem para prevenir outra doença quarentenária presente, na qual
somo livres, que é o Moko da Bananeira, causado pela bactéria Ralstonia Solanacearum raça 2 e outra
ainda considerada ausente no país, a Foc
R4T, causada pelo fungo Fusarium
oxysporum f. sp. cubense Raça 4 Tropical e muito mais
destrutiva que a sigatoka negra.
Com
esse trabalho a Adapi visa garantir a bananicultura do Estado firme, forte,
protegida e impedir um problema social, ambiental e econômico quase
incalculável que pode inviabilizar o cultivo no estado, que chega a exportar
para outras UF’s quase 1000 toneladas/mês da fruta, impedindo o uso de mais
agrotóxicos e a perca de milhares de empregos diretos e indiretos.
Todo processo de implantação do SMR desde o primeiro laudo positivo para
praga, passando pelos levantamentos de delimitação da ocorrência da praga,
elaboração das normativas, até a liberação do trânsito da primeira propriedade
que atendeu as exigências para regularização do transito interestadual dos
frutos foi de 26 dias e envolveu 7 servidores da ADAPI em campo ( Ozael David
Valério da Silva – Gerente de Defesa Vegetal, Paulo Roberto de Albuquerque Melo Segundo - Coordenador de Defesa Vegetal,
Olavo Vieira Castelo Branco – Coordenador de controle de Agrotóxicos, Francisco
Wellington Coelho de Araújo – FEA, Gilvan Coelho – FEA, Jabes da Costa Silva e Vinícius de Assis Oliveira - Técnico em Agropecuária do EAC Guadalupe e com o apoio do Secretário de Assistência e Defesa Agropecuária Fabio Abreu,
do Diretor Geral João Rodrigues Filho e Diretora Técnica Alexsandra Soares
Carvalho.