Segundo levantamento da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Brasil é líder mundial no uso de agrotóxicos. E a utilização indevida desses produtos pode causar sérios problemas à saúde humana. Não à toa, quase 30% dos que são utilizados no país estão proibidos na União Europeia. Portanto, nada melhor que uma fiscalização atuante e constante. Só nos últimos cinco anos, por exemplo, quase 40 estabelecimentos de venda de produtos ou mau uso foram autuados no Piauí.
Os dados são da Secretaria de Estado da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada) que, por meio da Gerência de Defesa Vegetal da Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi), promovem fiscalizações em todo o estado. O último caso foi verificado no início do mês, quando a Unidade de Sanidade Animal e Vegetal (Usav) de Bom Jesus, realizou ações de fiscalização em empresas do setor de agrotóxicos e produtos afins.
Durante as fiscalizações, foram identificadas 24 toneladas de agrotóxicos vencidos, além de 4.740 litros de herbicidas, 185 kg de inseticida e 20 litros e fungicidas. Tudo foi interditado. Foram emitidos três autos de interdição, três termos de fiscalização e um laudo de vistoria para renovação de registro, além de notificações aos fabricantes para que realizem o recolhimento dos produtos conforme exigências da legislação federal e estadual.
"As empresas não foram autuadas, tendo em vista que os produtos estavam guardados de forma isolada. Produtos vencidos devem sempre ser devolvidos pelo lojista ao fabricante para que haja a destinação correta e segura do produto e embalagem, preservando, assim, o meio ambiente", esclareceu Olavo Castelo Branco, coordenador do Controle de Agrotóxicos da Adapi.
Os lojistas terão 30 dias para devolução a seus fabricantes e os produtos só podem ser entregues após emissão de auto de desinterdição pelo fiscal da Adapi na hora da coleta dos produtos, onde o mesmo confere todos os produtos interditados. A medida serve para evitar o comércio ilegal dos produtos nessas condições.
